20 de mai. de 2010
O Peixe nosso de todos os dias
É exatamente sobre estas conformações que se assentam o foco da pesquisa de doutorado O Peixe Nosso de Cada Dia: etnografia das tripulações de arrasto em Baiacu. Nesses termos, a pesqisa visa a descrever etnograficamente por meio de imagens e textos as dinâmicas responsáveis por consolidar tripulações da arte de arrasto d pititinga (xangó) e sardinhas (massambê). A arte de arrasto destas duas espécies é a principal fonte de renda, pois acolhe não apenas as tripulações - que em canoas à vela lançam-se ao mar com 6 ou 8 pescadores - mas uma rede de outras funções, carregadores, escamadeiras, atravessadores, proprietários de redes e canoas, donos de restaurantes e similares, antes que o pescado atinja ao consumidor fnal.
Nesse sentido, a atividade pesqueira transforma Baiacu na principal referência de pesca artesanal na Ilha de Itaparica, tornando-o, pois fundamental para trabalhos de antropologia da pesca. Para uma efetiva integração da comunidade com a pesquisa, a fotografia é usada como registro documental, mas inscreve-se no signo das artes visuais. Em busca de aliar o olhar etnográfico ao artístico foi proposto este ensaio, cujo título O peixe nosso de cada dia, remete à experiência diária e coletiva de cerca de 70% dos quase 4.000 habitantes locais. O ensaio - com fotos de Gal Meirelles e curadoria de Paulo Lima - compõe-se de 30 imagens e se divide em seis blocos: saída do porto; deslocamento ao local da pesca; espera; captura; captura do peixe; retirada e limpeza das redes; comercialização dos produtos - que narram a dinâmica da referida arte de pesca em Baiacu.
A primeira edição deste ensaio contou com a participação ativa da comunidade e aconteceu entre 15 de março e 15 de junho de 2008 no Porto de Baiacu. No período foi visitada por turistas de várias partes do mundo e alcançou ampla divulgação na imprensa nacional. Desde então encontra-se disponível para visualização em http://www.estudiopaulolima.com.br/fotografo/peixe_nosso_de_cada_dia/index.html
BOM APETITE!!!!
Gal Meirelles
19 de mai. de 2010
Entrevista com Rogério Ferrari
O link à entrevista:
Fotografia: Política, Ética, Estética.
http://www.floripanafoto.com/blog/?s=entrevista+com+rogerio+ferrari
Depois de ter lido tudo há um trecho em particular que queria ressaltar:
------------
Em entrevista você disse crer que havendo uma consciência da realidade, é possível transformá-la. O que você faz e o que falta fazer para transformá-la? A que você atribui a opção de tantas pessoas em simplesmente aceitá-la, acomodado?
A consciência só não basta, Quantas pessoas se sentem tranquilas por julgarem-se conscientes, mas, no entanto, sem levantarem da poltrona pra fazer algo a favor do que julgam melhor. Uma coisa é a consciência social, boa intenção, e outra é sentir a dor de viver numa sociedade violenta, individualista, onde a maioria das pessoas estão mal, sem dignidade, exploradas.
Olha o exemplo da fotografia, absolutamente elitizada. Há uma grande lacuna e limite na expressão artística/fotográfica quando só uma parcela, de classe média, pode expressar-se. Agora, com as ONGs, tem se feito muitas oficinas de foto, e isso, em geral, é parte de uma lógica perversa, quando, com raras exceções, alimentam a indústria da pobreza. Nas oficinas, meninos e meninas descobrem a fotografia e revelam-se como bons fotógrafos. Logo, com o fim do projeto, a realidade sócio-econômica, exclui a possibilidade de novos e diferentes fotógrafos. A estrutura que nutre e possibilita as oficinas é mesma que impossibilita que eles se emancipam como artistas. O que faço é insuficiente até porque a fotografia não muda a realidade. Não produz rupturas. Ela informa, denuncia, mudará algo em função do que comunica, mas definitivamente, é só uma imagem. Para poder fazer algo mais efetivo, como fotógrafo e como ser humano, devemos estar conectados com outros braços, em ações culturais que afirme novos valores. Pensamos que estamos optando, e isso é um grande engano. A apatia paralisa, e nos faz tragar interesses alheios, valores mesquinhos, sem ao menos indagar se é isso mesmo que penso e quero?
--------------------
Voces, como jovens fotógrafos que estão lutando para criar arte, para transformar atitudes em Capim Grosso, para até ganhar dinheiro e se tornar profissionais em alguma área. Esse curso vale para alguma coisa? Alimenta a indústria da pobreza? Emancipa? Se emancipar, como? O que fazemos com a fotografia é suficiente para criar mudança verdadeira, uma nova apreciação pela arte, menos injustiça num mundo extremamente desigual?
Tem a possibilidade de emancipação através da arte? Numa exposição de fotografia? Na publicação de um livro de fotografias sobre Capim Grosso?
A fotografia é a indiferença? É uma bala? É uma semente?
Comentem nos seus blogs e mandem a suas idéias para Rogério através do blog dele:
http://rogerioferrari.wordpress.com/
11 de mai. de 2010
Um arraso na Feira
O que voces acharam? Poste a suas fotos se tiver algumas legais.


10 de mai. de 2010
notícias de circo
ai estão aslgumas fotos do grande dia. Conheci Gal que é uma graça e me ajudou a corrigir os erros ortográficos desse texto de apresentação ... imagina que vexame!
Nadia, Uélintons e Marina diretamente de Capim Grosso...grande honra. e Charles posando de gatinho.
Os livrinhos acompanham a exposição...ficaram lindos! Quem quiser vir em Salvador ver a exposição esta convidado.
1 de mai. de 2010
As exposições
I. A Tristeza (turmas avançadas)
II. Vidas Secas (turmas avançadas)
III. O Dia das Mães (turmas iniciantes)
IV. O Livro: Capim Grosso
Na próxima semana começamos a montar essas exposições e cada turma se responsibilizará por uma parte. As tarefas divididas por turma:
Alunos avançados
Turma noturna: Montagem da caixa da tristeza
Turma matutina: Montagem da exposição Capim Grosso, imagens e placa
Turma vespertina: Montagem da exposição Vidas Secas, textos e placa
Para todas as turmas, se tiver acesso aos objetos para completar a encenação do ambiente Vidas Secas, pode começar a levar para aula e guardarei na AEC-TEA.
Finalmente, se não completou trabalho fotográfico, ainda tem tempo, porém precisará vir para a AEC e conversar comigo assim que possível. A quarta-feira será o último dia para entregar novas imagens.
Pesquisa e a Feira (parte II)
Paciência, gente. A demora só doi porque já nos acostumamos a satisfação instantânea, a necessidade de consumir de uma forma mais rápida, de folhear pelas imagens da vida sem ter que parar, nem necessariamente pensar.
Lembrem-se, também, que a fotografia só se tornou instantâneamente gratificante em tempos recentes. Voces fazem parte da uma nova geração de fotógrafos que nunca misturou químicos, nem revelou negativos, nem lutou por horas na frente de um ampliador para conseguir uma revelação decente. Voltar para uma parte desse processo pode nos dar um novo respeito para a evolução da prática e dos benefícios de um processo mais prolongado.
Quero saber: aproveitaram da ausência da telinha para se ligar mais no ambiente? No movimento do tempo? Na chamada das cores? Nas poses das pessoas?
Já estão aparecendo alguns comentários e espero que continuem a refletir nos seus blogs.
Se saiu com a equipe da noite para ver a capoeira do planaltino, como foi o primeiro contato com a filmadora? O processo de entrevistar, registrar história e cultura através de vários meios?
Finalmente, vamos ver a empolgação para a feira! Estamos esperando um público de mais de 5000 pessoas e a tenda da fotografia será uma das mais destacadas da feira. Nesta última semana precisará de muito esforço para realizar as propostas então vamos todos colocar a mão na massa e fazer a melhor exposição de fotografia que Capim Grosso já viu.