12 de abr. de 2010

Transições #2

Ao refletir sobre o estado da poesia brasileira, o Vinicius de Moraes declarou:


Poesia não é uma coisa que se invente. Ela está ai, imanente, no céu, no ar, no fogo, no mar, nas montanhas, nos homens, nas mulheres, nas crianças, nos animais domésticos, nas feras, nas águas e nos sabiás, nas sardinhas e na baleia, nas frutas, nas pedras, nos minérios, na luta pela liberdade, na vida e na morte, em tudo o que existe e por existir. Os poetas é que não têm peito para assumi-la, em todas as suas terríveis exigências. Em fim, os caras não estão muito afins de se queimarem para valer. Não é poesia que falta, mas poetas.


Como uma caneta, a máquina fotográfica nos proporciona essa possibilidade de sermos poetas.


Uma vez testemunhos a esse casamento eterno entre a imagem e palavra, entre a poesia e o sentimento, paramos para nos perguntar:


Teremos o peito para buscar a poesia nas nossas próximas fotografias?

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